segunda-feira, 24 de maio de 2010

- O papel da inclusão digital no processo educativo

Há pouco tempo, a palavra inclusão passou a faze parte do vocabulário de pessoas de várias áreas de atuação, principalmente dos formadores de opinião, dos gestores escolares, bem como das pessoas de um modo geral .
Muito se fala da inclusão social, como forma de trazer para o convívio social aqueles que estão “à margem”, ou “marginalizados” da sociedade e de usufruir os serviços públicos e particulares de saúde, educação, moradia, cultura e laser, condições mínimas e básicas para uma vida digna e de qualidade.
Mais recentemente, o termo em voga no ambiente escolar, bem como na sociedade civil tem sido o da “inclusão digital”, termo ainda muito insipiente, como é referido no texto da segunda unidade desta disciplina. Quer dizer que ainda não temos o exato conhecimento do significado desse termo, qual seu alcance, bem como a que conseqüências pode levar em se tratando de processo educativo.
No Brasil, o número de internautas é relativamente pequeno em comparação à sua população. Até 2005, eram 14% da população conectadas à Internet. Número muito baixo se comparado ao dos países ricos e desenvolvidos.
Pensando no ambiente da escola pública, onde se encontra a maioria das nossas crianças e adolescentes, coincidentemente a população de baixa renda, com problemas sociais, ou seja, os que estão “à margem” da sociedade, como pode ocorrer a inclusão digital? Será que as novas tecnologias podem ajudar no processo ensino-aprendizagem? Todos os professores dominam a informática? Dominam o acesso e a navegação na Internet? As aulas deveriam ser dadas no computador? Como seria isso? O professor instigando os alunos à pesquisa? Deveria haver uma sala de computação em cada escola? Ou cada aluno deveria ter seu computador e rede para conectarem-se?
Além de todas essas questões, ainda precisamos refletir sobre algo mais implicativo neste assunto: O que significa inclusão digital? É o aluno possuir um computador, ter acesso à Internet e dominar as novas tecnologias?
Dentre todos os meios de comunicação, a rede de computadores é a que apresenta crescimento mais rápido quanto ao número de usuários. É um novo recurso tecnológico que não tem como ser negado, nem desprezado. Assim como a televisão, e mais tarde o celular, o computador é o bem de consumo mais desejável. Basta ler as cartinhas enviadas para o Papai Noel que chegam nas agências dos Correios de todo o Brasil na época do Natal. A maioria das crianças quer ganhar um computador do Papai Noel.
Mas, além do computador, os alunos precisam aprender a desenvolver o pensamento crítico, a buscar o que realmente pode lhes ser útil para seu desenvolvimento intelectual, moral e ético. Junto com o computador e a Internet, precisam aprender a ler e a escrever corretamente, a interpretar um texto lido, a desenvolver julgamento crítico no que recebem de leitura.
Para haver a inclusão digital, os alunos precisam saber que nem tudo o que está disponível na Internet é bom para eles, que nem tudo é correto, confiável, e de fonte fidedigna.
Além da inclusão digital, os alunos precisam brincar, desenvolver sua coordenação motora fina, precisam aprender lateralidade, ritmo, a se socializar com os colegas ao vivo, na presença física. Precisam aprender o valor da cultura regional e local, sem as quais não há como existir a globalização. Precisam ser ensinados a fazer uso inteligente da Internet para a melhoria da sua qualidade de vida bem como a de sua comunidade.
Ainda há muitas considerações a serem feitas e analisadas sobre o que vem a ser inclusão digital e quais seus efeitos no processo educativo a longo prazo. Espero que, se este for o caminho a ser tomado, que estejamos no caminho certo. Só o tempo irá nos mostrar o reflexo do computador e da Internet no convívio social e na escola.



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